Fiquei muito feliz por ter participado de um curso de três dias de ANL em março de 2015, em Tóquio. Eu fiquei convencida de que tinha entendido uma coisa importante, de ter encontrado uma técnica que revolucionaria a maneira como ensino. Mas quando comecei, ficou claro para mim que, apesar de toda a minha boa vontade, quando tentei aplicar os princípios que aprendi, voltei aos meus velhos reflexos, obtendo resultados decepcionantes.
Fazer outra formação em ANL, cinco dias desta vez, e em um período de vacas magras, me pareceu um esforço financeiro enorme, para não falar do problema de ter que cancelar as aulas para ter tempo livre. Mas agora que a formação acabou, posso dizer que não me arrependo de nada!
Quando soube que o CiFRAN estava oferecendo essa formação sob outro formato, mais rigoroso que o anterior, eu quis participar para me atualizar e ver o que havia me escapado durante o curso de três dias. Resultado, percebi que na primeira vez, não tinha entendido nada e nem aprendido muito!
Eu havia aprendido a técnica das interações na fase oral, mas esquecido completamente suas oito articulações, e é por isso que – eu vejo agora – nunca consegui completar uma sessão de uma maneira coerente e realmente satisfatória para os alunos. Por outro lado, eu não tinha entendido absolutamente nada da noção de literacia ! Sua definição me parecia uma frase abstrata, não tinha entendido o que estava em questão, o que poderia ser feito em sala de aula ou como levar os alunos a percorrer concretamente o famoso ciclo da literacia: fase oral – fase de leitura – fase de escrita – e depois novamente a leitura para terminar com uma fase oral levando a um nível superior tudo o que foi feito em aula.
Graças ao 2º curso, eu me dei conta de que não é suficiente conhecer intelectualmente a diferença entre memória procedural e memória declarativa, também é necessário, na prática, poder avaliar que tipo de memória estamos estimulando nos nossos alunos. Devemos aprender a dar-lhes o espaço para fazer este trabalho para fazer com que eles desenvolvam a sua gramática interna; que temos que dominar a arte de fazê-los falar, o que significa não falar no lugar deles!
Durante esses quatro dias, na presença de cerca de quinze alunos, pudemos treinar in loco, enxergar nossas dificuldades, analisá-las e aprender a concretizar essa prática tão particular que é o ensino de acordo com a ANL. Essa foi uma experiência crucial cujo formato do curso de 2015 não havia permitido.
Como nos explicou Joan Netten, a diferença radical entre a ANL e os outros métodos comunicativos é o fato de que o conhecimento(competência explícita) não pode se tornar uma habilidade (competência implícita). Mas, a palavra , o próprio pensamento é da ordem da habilidade. Essa consideração transforma todo o paradigma de ensino e nos convida, enquanto professores de línguas estrangeiras, a questionar profundamente a maneira como ensinamos. Isto é o que eu entendi deste curso dado pela CiFRAN e é isso que eu vou agora me esforçar para colocar em prática.